O Paraná e a importância estratégica na cafeicultura brasileira 53e3g

Originário dos planaltos sombreados da Etiópia, o cafeeiro encontrou no Brasil condições ideais para se transformar no principal produto agrícola do país, tornando-se, no final do século XIX, o maior produtor mundial. Embora tenha sido introduzido inicialmente pelo Norte e Nordeste, a cafeicultura se expandiu rapidamente para o Sudeste, beneficiando-se do clima subtropical de altitude das serras de Minas Gerais e São Paulo.

No Sul do Brasil, o Paraná se destacou como uma das principais regiões produtoras, especialmente pela sua posição geográfica no corredor central sul-americano, formado pela Serra do Mar e os Andes, que canaliza massas de ar polar. Esse fenômeno torna o Brasil o único grande produtor mundial exposto ao risco de geadas, impactando especialmente os cafezais do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

A colheita do café no Brasil geralmente inicia-se pelo Paraná e Oeste de São Paulo, onde a maior exposição ao sol no verão acelera a maturação dos grãos. Posteriormente, segue-se a colheita em outras regiões, como Mogiana, Sul de Minas, Cerrado, Matas de Minas e Espírito Santo, encerrando-se, por fim, na Bahia.

Esse ritmo diferenciado de maturação, influenciado pela latitude e incidência de luz, contribui para características sensoriais únicas dos cafés paranaenses. A maturação mais rápida confere aos grãos sabores marcantes, enquanto, em outras regiões com maturação mais lenta, prevalecem notas florais, frutadas e cítricas.

Assim, o Paraná ocupa uma posição estratégica na produção de café do Brasil, não apenas como uma das primeiras regiões a iniciar a colheita, mas também como um território que exemplifica a complexa relação entre clima, geografia e qualidade sensorial do café brasileiro.

Com informações do Estadão